Em janeiro desse ano a prefeitura de Ferraz informou que a iniciativa privada investiria cerca de R$ 90 milhões para construir um shopping com 173 lojas e até 1,2 mil vagas de emprego. Conforme o anúncio, a empresa Matec Engenharia iniciaria no último mês de maio a construção do centro de compras em uma área com mais de 32 mil metros quadrados. Ainda de acordo a apresentação feita no inicio desse ano, a obra do shopping, que representaria um divisor de águas na economia de Ferraz, uma das cidades mais pobres da Grande São Paulo, seria concluída até o final de 2013.
Passados praticamente dez meses, a obra ainda não foi iniciada e não existe qualquer previsão para que isso aconteça. E o desenvolvimento do projeto na área onde ainda estão as instalações (abandonadas) do Complexo Esportivo Gothard Kaselmodel ficou ainda mais indefinido depois da eleição do último dia 7, segundo apurou o Diário do Alto Tietê nos últimos dias.
Tudo parado
Em janeiro, quando foi assinado o contrato entre a prefeitura e a Matec, ficou combinado que o governo municipal cuidaria da canalização de um córrego que passava sob o campo de futebol do complexo e provocada enchentes. Esse trabalho seria feito pela Secretaria de Obras da cidade no prazo máximo de três meses. Por isso o inicio da obra (demolição das estruturas do complexo de esportes) foi definido para maio. Cinco meses já se passaram a obra no córrego não foi concluída.
Na terça-feira apenas dois funcionários da prefeitura trabalhavam no local. Eles disseram que ainda faltam tubos para terminar a canalização, que depois da derrota de Claudio Ramos, candidato indicado pelo prefeito Jorge Abissamra (PSB), ninguém sabia se o shopping será mesmo construído. Por causa das obras paradas, moradores de residências próximas estão sofrendo com a interdição das vias e a suspensão da coleta de lixo, pois o caminhão não consegue passar, e cortes no fornecimento de águas.
Sem resposta
Possivelmente ainda abalado pelo resultado da eleição, Abissamra tem feito de tudo para não falar com a imprensa. Nos últimos dois dias, o jornal estava na sede da prefeitura e ouviu informações desencontradas sobre o paradeiro do prefeito, com a evidente preocupação de impedir o acesso da imprensa ao outrora falante Abissamra.
O vice-prefeito Flavio Batista e o secretário de Governo, Miguel Calderaro, também foram procurados e não quiseram se manifestar. Alexander Villas Boas, diretor da Matec, vai responder hoje sobre o tema
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